“Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40º, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade. Metade deste povaréu sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um Amor Mal Resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação. Por que isso acontece? Tenho uma teoria... Ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que Não. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: lembranças, amizade, parceira, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim. Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim. Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores.Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez. Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim!!!
Enfrente os bons e maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz novamente.” - Arnaldo Jabor.

Concordo com a questão da dor de cotovelo mas, descordo veementemente dessa história de amor tem que ser gasto! Amor que é Amor não acaba, o que não é Amor com A maiúsculo é só amor. Esse sim acaba em tudo aquilo que ele afirma. Não se economizar? Eu acho isso um eufemismo desmedido!
Amor tem que te levar a algum lugar, tem de ser completo, mas não é perfeito. Ele é quadrado e não redondo... Quadrado e que você come as bordas igual pão de forma!
Amor é igual mortadela com pimenta, as vezes da dor de barriga, mas você não quer parar de comer!
Amor é mesquinho, egoísta e safado...Talvez o sentimento burguês mais cretino criado!
Devíamos viver como antes, na idade das Trevas quando todos dormíamos juntos e fazíamos tudo juntos também, sem vergonha, sem pudores sem falsa hipocrisia.
Deveríamos ter mantido a paixão pelas batalhas, pelo clamor de vitória, pela tomada do poder pela espada. Pela glória pessoal, ter vários amantes independente de sua origem, cor, raça e religião. Apenas viver pelo objetivo primordial de viver, reproduzir e morrer, com vontade!
Hoje vivemos a mentira de pensar no planeta, que dilapidamos todos os dias... Criamos a vil moeda para facilitar nossas trocas, mas perdemos nosso direito de ter o que trocar, deixamos de ser selvagem para ser “um capitalista selvagem” que atropela qualquer um objetivando ter dindin para o que mesmo? Ter Amor!

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