Cruzada dos Erros II


Algumas vezes não dá pra ser só você... principalmente quando você identifica problemas em que você é então você se divide. E o mais bizarro é que coloquei ambos para discutir.
Hoje sou um híbrido dos dois... e é engraçado lembrar disso.
Isso não é necessariamente uma falha de caráter ou desvio de personalidade. Foi um experimento que foi-me necessário; dividir-me em dois para descobrir certas nuances de mim mesmo.
Eu acredito que todas as pessoas gostariam de ter algo diferente em suas vidas. Eu não sou uma exceção. Já analisei todas as possibilidades passadas para entender o como eu sou. E descobri coisas interessantíssimas.
Escolham um episódio da vida de vocês e o retratem como “hoje eu faria assim se eu estivesse na mesma situação” e imaginem a reação de eventos. É incrível como uma boa analise assim pode determinar quem você é.
Eu normalmente quando me perco em uma atitude a ser tomada faço essa imersão. A minha reação a fatos passados (alguns corriqueiros, outros absurdos) me fazem chegar a conclusões maravilhosas e concretas.
Vou tentar exemplificar uma:
Quando eu tinha 14 anos, eu tinha dois grandes amigos (tenho contato com os dois até hoje mas não somos mais tão próximos em virtude das escolhas de cada um). Eu era um garoto assustado, bobo e medroso. Eu sempre fui uma pessoa divertida e um tantinho insana... eu sempre ri e rio até hoje dos meus defeitos, algumas vezes os exagero para ficar ainda mais caricato. Essa é uma das minhas formas de defesa...
Nessa época, um deles propôs que jogássemos RPG.
Como achamos a idéia interessante, começamos a jogar... Lógico que as aventuras satisfaziam certas nuances juvenis regadas a muito exagero. Esse acho que foi um momento decisivo para mim. Parece besta pensar que um jogo de interpretação possa mudar uma pessoa mas no meu caso sim.
Dessa atitude de jogar acabamos atraindo outras pessoas (amigos do bairro) e outros que responderam nossas cartas... (não tinha internet) e agregamos ao nosso mundo – nesse momento saiu de cena este meu amigo que trocou o RPG pela musculação – e continuamos a jogar. Paralelamente a isso, começamos a ter uma vida noturna porque começávamos a trabalhar, alguns tinham tirado carta de motorista, etc.
Indo a eventos de RPG encontramos outros grupos que foram agregados ao nosso por morarmos no mesmo município. Alguns permaneceram neste grupo abandonando os de origem e assim criamos um grande grupo de pessoas amigas e por meio delas muitas outras se juntaram aos poucos ao grupo (e não jogam RPG, que pena...).
Hoje eu observo as grandes mudanças que cada individuo no grupo passou, alguns foram além das expectativas e mudaram muito. Alguns nos deixaram e retornaram depois e é obvio que houve algumas discussões, algumas brigas e é obvio comentários maldosos (porque deixamos de ser amigos e nos tornamos família).Hoje caminhamos juntos e separados porque cada um tem um objetivo e um foco.
Mais adultos nos enxergamos melhor...Mas no fundo somos crianças ainda jogando RPG.
Isso me faz retornar ao foco... E se eu não tivesse gostado de jogar? Como eu seria? Como cargas d’água iria encontrar essas pessoas? Quem faria parte do meu mundo? Como eu seria? Eu teria esse blog e pensaria desse jeito?
Não sei. Poderia colocar milhares de probabilidades, mas gosto da que escolhi. Ainda continuo sendo aquele garoto bobo e medroso, só que meus medos são outros e o maior é deixar de ter essa habilidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário